Vocês provavelmente já se pegaram na frente da televisão assistindo algum programa de humor que seu amigo, ou algum parente, tenha indicado falando como os personagens são engraçados e a história é muito boa, certo? E, usando meus poderes de mediunidade, vejo que você acabou se decepcionando e perguntando a si mesmo como alguém poderia rir daquela fórmula de fazer humor que não lhe agrada nenhum pouco.
Pois bem, o humor é realmente uma vertente complicada da arte. Não é fácil fazer uma pessoa rir. Ainda mais um grupo considerável. Muita gente se propõe a fazer isso de diferentes formas, alguns agradam, outros nem tanto. O que é completamente normal.
Cada pessoa se sente melhor com um tipo de humor. Tem aquele recheado de bordões como o antigo Zorra Total, que hoje é só Zorra e com varias esquetes de situações cotidianas, tem o humor cheio de estereótipos como o "Vai Que Cola", os inúmeros talk show influenciados pelo sucesso desse tipo de programa nos Estados Unidos da América, o Stand Up que revela vários humoristas, enfim, existe um bocado de formas de fazer humor e um bocado de gente que se identifica com um ou outro formato.
Mesmo com todos esses modelos de programas humorístico estava faltando algo que agradasse o público jovem, os nerds, os mais ligados no cinema, o público aqui do Pausa Para Série estava órfão nessa. Falo que nenhum desses preenchia uma necessidade básica do humor e que é receita infalível para ao menos chamar a atenção de um número considerado de pessoas: identificação.
Ao saber de um programa que fala dos mesmos assuntos pelos quais você se interessa, automaticamente sua curiosidade o leva a tomar conhecimento do tal programa. E foi assim que conhecemos o Choque de Cultura. Um programa semanal no canal Omeleteve que fala sobre cinema, série, de uma jeito peculiar.
Além do apresentador, Rogerinho do Ingá (Caito Mainier) o Choque conta com três "comentaristas", são eles: Renan (Daniel Furlan), Maurílio dos Anjos (Raul Chequer) e Julinho da Van (Leandro Ramos). Os quatro reunidos fazem os comentários mais nonsense possíveis de motoristas de vans sobre a sétima arte.
O texto é simplesmente espetacular. A leveza como tudo vai se encaixando te faz querer sempre mais um. Os comentários passam a fazer parte do seu dia a dia, por exemplo eu não falo mais "pensa antes de falar", agora é "ouve antes o que você tá falando". Memes do quarteto não faltam. O único lado ruim de Choque de Cultura é que acaba. Mas até nisso tem um lado bom, você quer rever os episódios várias vezes e nunca se tornam cansativos.
Mas calma lá, esse também não é o tipo de humor que agrada a gregos e troianos. Nós que nos identificamos com a linguagem do Choque adoramos, achamos o máximo, o melhor programa de humor, mas quem não consegue contextualizar toda a situação certamente vai achar tudo aquilo que achamos maravilhoso uma porcaria.
De toda forma, o PPS indica, mas indica mesmo, de coração, e riso solto, o Choque de Cultura. É só digitar ai no youtube o nome do programa e você poderá assistir quando quiser. Sinal de que tudo mudou, não precisamos mais esperar os Trapalhões no domingo, ou o Zorra no sábado, o melhor programa de humor da atualidade está disponível a qualquer hora e com uma linguagem de quem domina essa mudança.
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